Qualquer pessoa que comece a estudar uma língua estrangeira irá, inicialmente, compará-la com sua língua materna. Ele faz isto com o vocabulário que aprende, nas expressões usadas, formas verbais, etc. No entanto, isto é uma prática que deve ser desestimulada em sala de aula. Você sabe por quê?
Para responder a esta pergunta, vamos olhar para a psicologia atrás da tradução em aula. A tradução de uma frase, palavra ou expressão traz ao estudante uma segurança que se traduz em confiança.
Isto acontece principalmente no nível básico, quando a mente procura por apoio na hora de apreender. Uma pessoa confiante acaba arriscando mais, não é verdade?
Minha resposta é: Não. A confiança adquirida da tradução é algo que tem que ser substituído pela confiança do entendimento do contexto.
Cada língua tem a sua origem. Algumas apresentam semelhanças entre si, mas todas tem uma peculiaridade. Como então traduzi-las palavra por palavra? Impossível. No entanto, a compreensão do contexto ajuda o aluno básico a se virar muito mais cedo no idioma.
Com esta compreensão o aluno pode, por exemplo, saber o que está sendo solicitado em um restaurante, hotel, ou numa situação de conversa de rua porque o contexto esclarece. Apenas como contraste, nas mesmas situações acima, a tradução de palavra por palavra somente aprisionaria o estudante, tornando-o escravo de um vocábulo, e impedindo-o de entender o todo, pelo contexto.
Deve-se, portanto, incentivar a prática da compreensão do contexto geral em sala de aula. Professores devem se comunicar somente na língua ensinada, evitando o paralelo com a língua materna e incentivando o entendimento do contexto no qual uma palavra ou frase se encontra.
Ao trabalhar a autoconfiança do aluno neste sentido, você faz com que ele compreenda que entender o contexto será o caminho mais curto para uma comunicação mais eficiente e rápida.

Antonio Valnei Benta
Coordenador Pedagógico